O número de brasileiros impedidos de entrar em Portugal cresceu de forma alarmante nos últimos meses. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna de 2024, o total de recusas de entrada aumentou de 179 casos em 2023 para impressionantes 1.470 em 2024, um salto de 721%. Esse crescimento coloca os brasileiros como o grupo mais afetado, representando 85% do total de 1.700 estrangeiros barrados no país.
Por que tantos brasileiros estão sendo barrados em Portugal?
As autoridades portuguesas justificam as recusas com base em diversos fatores. Entre os principais motivos estão a ausência de comprovação de meios de subsistência, a falta de hospedagem adequada e o uso de vistos inadequados ou expirados. Além disso, há casos de brasileiros que tentam entrar no país como turistas, mas com a intenção real de permanecer de forma irregular.
Desde junho de 2024, Portugal endureceu as regras de imigração, encerrando a possibilidade de regularização por meio da manifestação de interesse. Essa era uma das principais vias utilizadas por brasileiros que chegavam como turistas e depois conseguiam residência legal no país.
Nova política de vistos e impacto para brasileiros
Outra mudança que impacta diretamente a comunidade brasileira é a indefinição sobre a autorização de residência para cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Embora essa medida tenha sido aprovada, ainda não há uma data oficial para sua implementação.
Enquanto isso, os pedidos de visto nos consulados portugueses no Brasil enfrentam atrasos de até oito meses, dificultando a vida de quem pretende se mudar para trabalhar ou estudar. Para tentar amenizar a situação, o governo português lançou uma "via rápida" para a emissão de vistos de trabalho, com a promessa de reduzir o prazo de espera para até 20 dias.
O que esperar para os próximos meses?
Especialistas em imigração alertam que a tendência é de um controle cada vez mais rigoroso na entrada de estrangeiros em Portugal. Diante desse cenário, os brasileiros que planejam viajar para o país devem se preparar com antecedência, garantindo que possuem toda a documentação necessária e respeitando as normas exigidas pelas autoridades portuguesas.