María Corina Machado garante que documentos comprovam triunfo de González sobre Maduro, enquanto Conselho Nacional Eleitoral declara Maduro vencedor com 51,2% dos votos
María Corina Machado, uma das principais figuras da oposição na Venezuela, declarou nesta segunda-feira (29) que seu grupo possui provas suficientes para confirmar a vitória de Edmundo González sobre o presidente nas eleições ocorridas no último domingo (28).
"Recebemos 73,20% das atas e, com esses dados, o nosso presidente eleito é Edmundo González Urrutia", afirmou María Corina, conforme noticiado pela Associated Press. Segundo ela, com base nas atas em posse da oposição, González recebeu 6,27 milhões de votos, enquanto Maduro obteve 2,75 milhões.
María Corina enfatizou que, mesmo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) conceda 100% dos votos restantes a Maduro, isso não seria suficiente para alterar o resultado. González, por sua vez, pediu calma e determinação na contestação do resultado, criticando o CNE por um anúncio prematuro dos resultados, sem auditoria adequada.
A oposição planeja uma manifestação na terça-feira (30), em frente à representação da ONU na Venezuela, para apoiar González.
Após as declarações da oposição, Maduro respondeu aos protestos em razão de sua proclamação como vencedor, afirmando que seu governo está preparado para lidar com a situação e derrotar os violentos.
Entenda a situação na Venezuela:
- O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou no domingo, com 80% das urnas apuradas, que Maduro venceu com 51% dos votos.
- A oposição, representada por Edmundo González, contestou esses números.
- O resultado foi questionado por autoridades de pelo menos 15 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Chile, Argentina, Uruguai, Equador, Peru e Colômbia, além da União Europeia.
- Em contrapartida, Rússia, China, Cuba, Honduras, Bolívia, Irã e Catar felicitaram Maduro pela vitória.
- Após a declaração do CNE, houve panelaços e manifestações em Caracas.
- María Corina, impedida de concorrer, alega que a oposição venceu em todos os estados. Ela está sendo investigada por tentar fraudar o sistema eleitoral e adulterar atas, que funcionam como boletins de urna.
- Tarek William Saab, chefe do Ministério Público venezuelano e aliado do chavismo, associou María Corina a uma suposta tentativa de ataque hacker para prejudicar o sistema eleitoral, originada na Macedônia do Norte.
- A oposição acusa o governo de fraude e não reconhece a decisão do CNE que declara Maduro como vencedor das eleições.