Nicolás Maduro é reeleito presidente da Venezuela com 51,2% dos Votos

A Vitória nas eleições deste domingo consolida a força do chavismo e reforça o mandato de Maduro até 2030


Neste domingo, 28 de julho, Nicolás Maduro foi reeleito presidente da Venezuela. O representante do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) garantiu 51,20% dos votos, superando o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, que obteve 44,2%, com 80% das urnas apuradas. Maduro, assim, prolongará seu mandato por mais seis anos, consolidando-se como o presidente com maior tempo no poder na história venezuelana.


A continuidade de Maduro representa a manutenção do projeto político iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez em 1998. Desde então, o chavismo se firmou como a principal força político-ideológica do país, vencendo pela sétima vez consecutiva as eleições presidenciais. No entanto, esta última disputa foi especialmente desafiadora para o chavismo, em um cenário marcado pela recuperação econômica após a maior crise que a Venezuela enfrentou nos últimos seis anos. A redução da inflação e a estabilização do bolívar, mesmo sob um rigoroso bloqueio econômico dos Estados Unidos, foram argumentos chave para a vitória de Maduro.


Com a reeleição, Maduro terá dois grandes desafios: negociar o fim do bloqueio econômico com os Estados Unidos e reconquistar a confiança de uma parte significativa da população. 


A campanha eleitoral começou em outubro de 2023, quando governo e oposição assinaram um acordo em Barbados, estabelecendo as regras da disputa. A partir desse momento, os Estados Unidos emitiram algumas licenças para o mercado venezuelano, incluindo a licença 44, que permitia a venda de petróleo para outros países. 


María Corina Machado, ex-deputada ultraliberal, era a principal figura da oposição, mas foi impedida de concorrer em junho de 2023 por "inconsistência e ocultação" de ativos. Sua tentativa de apoiar a professora Corina Yoris falhou, pois o Vente Venezuela, seu grupo político, não estava registrado como partido. Machado então tentou, sem sucesso, obter o apoio do governador de Zulia, Manuel Rosales, antes de finalmente apoiar Edmundo González Urrutia.


A oposição, desorganizada e sem propostas claras, demorou a definir um candidato. Tanto María Corina Machado quanto Edmundo González Urrutia concentraram-se mais em criticar o governo do que em apresentar um plano de ação. A única proposta concreta foi um pacote de privatizações, com a PDVSA como alvo principal.


Em contraste, Maduro lançou desde janeiro seu plano de governo, "As 7 Transformações", focado em áreas como economia, social, política, meio ambiente e relações internacionais, além de expandir a doutrina bolivariana e aperfeiçoar a convivência cidadã. Durante a campanha, ele conseguiu reunir antigos aliados chavistas e críticos que já haviam participado do governo de Chávez, consolidando o apoio necessário para sua reeleição.


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