O grupo islâmico palestino Hamas afirma que a morte de seu líder não ficará sem resposta, enquanto a comunidade internacional aguarda confirmação oficial
Foto: Arquivo (Europa Press)
Ismail Haniyeh, o líder do grupo islâmico palestino Hamas, morreu em um ataque em Teerã, capital do Irã, onde se encontrava em visita oficial. O Hamas, que confirmou a morte de seu líder nesta quarta-feira, acusa Israel de ser o responsável pela ofensiva. "Nosso líder e combatente Ismail Haniyeh foi martirizado em um ataque sionista traiçoeiro em sua residência em Teerã, após participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano", afirmou o grupo em comunicado.
A retaliação do Hamas
A morte de Haniyeh ocorre em um momento de tensões elevadas na região, com o Hamas prometendo vingança. Em sua declaração, o grupo enfatizou que a perda de Haniyeh não será em vão e que "a resistência continuará a crescer" apesar do golpe. "Israel pagará por essa agressão. A morte de nossos líderes só fortalece nossa determinação", advertiu o Hamas, citando que sua luta é "uma jihad de vitória ou martírio".
Esse incidente marca mais uma escalada no conflito em curso entre Israel e grupos militantes na região, com o Hamas recentemente reivindicando responsabilidade por um ataque em território israelense que provocou centenas de mortes e desencadeou a guerra atual na Faixa de Gaza. O conflito já causou mais de 39.400 mortes entre palestinos.
Repercussão internacional e reação de Israel
Até o momento, Israel não fez nenhuma declaração oficial confirmando o ataque em Teerã ou a morte de Haniyeh. Especialistas em segurança internacional estão monitorando de perto a situação, já que a confirmação de envolvimento israelense poderia intensificar ainda mais as hostilidades na região. A morte de Haniyeh também coloca em questão as relações entre o Irã e o Hamas, uma vez que o líder do Hamas estava em território iraniano durante o ataque.
Histórico de gonflitos e líderes militares
A notícia da morte de Haniyeh ocorre pouco tempo depois que Israel anunciou a morte de Fuad Shukr, alto comandante militar do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Irã. Shukr, que era considerado o chefe do Estado-Maior do Hezbollah, foi responsabilizado por Israel por ataques que resultaram em milhares de mortes de civis israelenses ao longo dos anos. A morte de Shukr foi confirmada após um ataque nas Colinas de Golã, área ocupada por Israel, onde doze crianças foram mortas em um ataque com foguetes.
Quem foi Ismail Haniyeh
Ismail Haniyeh, nascido em 1962 no campo de refugiados de Al Shati, na Faixa de Gaza, começou sua trajetória no Hamas durante seus estudos na Universidade Islâmica de Gaza, onde se graduou em literatura árabe. A partir de 1997, Haniyeh começou a ascender nas fileiras do Hamas, assumindo responsabilidades cada vez maiores dentro da organização.
Em 2006, Haniyeh liderou o Hamas na vitória das eleições legislativas palestinas, o que o levou ao cargo de primeiro-ministro palestino. Sua liderança foi marcada por conflitos com o Fatah, partido liderado por Mahmoud Abbas, que culminaram na expulsão do Fatah da Faixa de Gaza e no controle do Hamas sobre o território a partir de 2007.