Por Eduardo Negrão
O pujante município de Marilia no Oeste Paulista é conhecido como capital nacional do alimento. A cidade que vive um boom imobiliário há mais de cinco anos – claro que a pandemia diminuiu o ritmo, mas nem ela conseguiu deter os sucessivos lançamentos de condomínios, loteamentos e edifícios comerciais.
Até o início de 2024 o quadro eleitoral era bem previsível repetindo confrontos de eleições anteriores quando de repente as cartas, que já estavam à mesa, foram embaralhadas alterando o jogo político de forma rápida, confundindo analistas e marqueteiros.
O responsável direto por esse ‘chacoalhada’ no tabuleiro é o empresário Jean Garcia, conhecido popularmente como Garcia da Hadassa, o pré-candidato do partido Novo. Vivendo um momento de ascensão empresarial, considerado por Israel como parceiro estratégico na América do Sul. Como novas propostas e uma equipe concisa, mas extremamente ágil conseguiu em pouco mais de 40 dias se posicionar entre os favoritos ao pleito de outubro.
Um dos requisitos fundamentais para desalojar grupos tradicionais tão sedimentados no poder é ter estamina, testosterona mesmo. E isso o candidato do Novo parece ter de sobra. Apesar de estar em plena pré-campanha ele não se esquivou e quando as enchentes atingiram o Rio Grande do Sul ele rumou para o pequeno município gaúcho de Roca Salles onde distribui 5 mil cobertores, caiaques e até um bote.
Enquanto os críticos recuperam o folego, Garcia já se prepara para uma segunda incursão ao Rio Grande e dessa vez ao invés de uma van, ele vai levar uma carreta repleta de donativos. Como diz o velho ditado árabe: Os cães ladram e a caravana passa.
Eduardo Negrão é jornalista e analista político