Centro-direita e centro-esquerda disputam maioria no parlamento em meio a crise habitacional, baixos salários e ascensão do partido Chega
Mais de 10 milhões de eleitores portugueses foram às urnas neste domingo (10) em um pleito crucial que definirá o futuro de Portugal. A disputa se concentra entre a centro-direita, liderada pela Aliança Democrática (AD), e a centro-esquerda, representada pelo Partido Socialista (PS). Ambos os lados buscam maioria no parlamento, mas nenhum deles parece ter um caminho claro para tal.
Crise habitacional, baixos salários, falta de saúde e corrupção são as principais questões que dominam a campanha no país mais pobre da Europa Ocidental. O partido de direita Chega, com sua mensagem anti-establishment e postura radical contra imigração, também cresce em influência e pode ter um papel importante nas negociações pós-eleições em Portugal .
As mesas de voto abriram às 8h (horário local) e fecham às 19h em Portugal continental e 20h nos Açores. Os resultados são esperados por volta da meia-noite. A eleição antecipada, quatro meses após a renúncia do premiê socialista António Costa, coloca em jogo a hegemonia dos partidos centristas que se alternaram no poder desde o fim da ditadura fascista há cinco décadas.
O PS, agora liderado por Pedro Nuno Santos, busca repetir as alianças com o Bloco de Esquerda e os Comunistas, que garantiram seu governo entre 2015 e 2019. A AD, liderada por Luis Montenegro, lidera nas pesquisas, mas pode ter dificuldades para governar sem o apoio do Chega, que Montenegro descarta até agora.
O presidente Marcelo Rebelo de Sousa, em um discurso controverso, declarou que fará tudo para impedir que o Chega ganhe poder. A abstenção é outra preocupação, com o presidente apelando ao voto de todos os que se afastaram da política.
O futuro de Portugal está em jogo nesta eleição marcada pela incerteza e pela ascensão da direita. O resultado definirá o caminho do país para os próximos anos e terá impacto significativo na vida dos portugueses.