A Colômbia não atacará alvos rebeldes se for
confirmada a presença de crianças nos locais onde planeja colocar em prática
seu plano de ação. Quem garante é o ministro de Defesa, Iván Velásquez,
segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira (25).
Velásquez destacou que todas as ações militares contra os grupos
rebeldes deverão ser canceladas sempre que for comprovada a presença de
crianças nos locais escolhidos como alvo nas operações.
Ainda segundo ele, as Forças Armadas da Colômbia foram
instruídas a respeitar as regras de enfrentamento, principalmente se houver
menores vestindo uniformes de combate.
“Temos que suspender o bombardeio, vamos avaliar o momento
específico em que uma diretriz absoluta pode ser emitida, mas é aí que temos
que atender”, afirmou o ministro Velásquez a jornalistas em Bogotá.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, procura se afastar
das práticas comuns no mandato de seu antecessor Iván Duque, que autorizou
um ataque a dissidentes das FARC no departamento de Caquetá que acabou
na morte de oito crianças entre 12 e 17 anos, causando a renúncia do então
ministro Defesa, Guilhermo Botero.
Após a saída de Botero, outro incidente envolvendo menores foi registrado em uma ação militar na Colômbia, quando no dia 2 de março de 2021, foram confirmadas as mortes de mais três menores em outro ataque contra os rebeldes das FARC.
Gustavo Petro é a favor da vida, diz ministro colombiano
Velásquez também afirmou aos jornalistas que o governo do
presidente Gustavo Petro é a favor da vida e não da morte e que todas as
ações militares precisam ser planejadas com muito cuidado. “Temos que
privilegiar a vida sobre a morte e não podemos realizar operações que ponham em
perigo a população civil”, comentou o ministro.
O chefe das Forças Armadas da Colômbia, general Helder
Giraldo, disse que os comandantes militares apresentarão suas recomendações a
Velásquez em breve, mas insinuou que as instruções do governo colombiano podem
incentivar as gangues criminosas a recrutar menores à força.
Grupos de direita na Colômbia e opositores ao governo de Petro afirmaram que as ações anunciadas pelo ministro Velásquez servem como as garantias que os grupos violentos precisavam para agir tranquilamente.