Gustavo Petro lidera e pode levar esquerda à presidência da Colômbia pela primeira vez

Gustavo Petro entrou para a vida pública muito jovem, foi senador e prefeito de Bogotá

Gustavo Petro poderá ser eleito presidente da Colômbia no domingo
Gustavo Petro em campanha - Foto: Reprodução/Facebook

Gustavo Petro, 62 anos, é o nome mais forte nas pesquisas para as eleições presidenciais na Colômbia e, se for confirmada sua eleição, o país será mais um da América Latina a ser comandado pela esquerda, assim como acontece na Colômbia e Bolívia, por exemplo. E no Brasil, se forem confirmadas as tendências apresentadas nas sondagens, Lula (PT) deverá se unir ao grupo reassumindo a presidência.

Sua companheira de chapa na Coalizão Pacto Histórico, a candidata a vice-presidente da Colômbia, Francia Marquez, é uma advogada negra, militante ambiental e pelos direitos humanos, ex-empregada doméstica, e fundou Movimento Soy Porque Somos.

Essa é a terceira vez que Gustavo Petro tenta ser presidente da Colômbia. O líder da esquerda colombiana é criticado pelos adversários por ter feito arte da guerrilha no passado. O político nasceu em em Ciénaga de Oro, Córdoba, na costa caribenha, e no início dos anos 60 se mudou para Zipaquirá, município a cerca de 45 quilômetros ao norte de Bogotá.

Gustavo Francisco Petro Urrego ganhou destaque na vida pública ainda muito jovem, aos 21 anos, atuando como conselheiro municipal, equivalente ao trabalho de um vereador. O líder nas pesquisas para presidente da Colômbia viveu alguns dos períodos mais turbulentos da política colombiana.

Um desses períodos foi durante a operação militar para retomar o controle do Palácio da Justiça em 1985, quando 98 pessoas morreram e outras 11 desapareceram.


Gustavo Petro e Francia Marquez
A candidata a vice Francia Marquez com Gustavo Petro - Foto: Reprodução/Twitter

Os adversários políticos de Gustavo Petro o culpam por supostamente ter feito parte da tragédia marcada pela violência, mas ele garante que não participou do ato.

“Quando ocorreu a violenta tomada do Palácio da Justiça e a reação ainda maior e muito mais violenta do Estado, eu estava sendo torturado em um estábulo do Exército na cidade de Bogotá. Eu era bem jovem naquela época e acabei na prisão após a tortura”, disse Petro em uma entrevista para a CNN realizada em 2013.


Gustavo Petro é favorito para vencer no primeiro turno

Em 2018, Petro ficou em segundo lugar como candidato à presidente, quando foi derrotado por Iván Duque, atual presidente da Colômbia, numa campanha altamente polarizada, como as eleições de 2022 no Brasil.

No próximo domingo (29) será realizado o primeiro turno das eleições para presidente na Colômbia quando cerca de 39 milhões de colombianos deverão participar do processo.e, segundo as últimas pesquisas, Petro poderá ser eleito. O esquerdista se autointitula um revolucionário que no passado lutou contra o Estado e agora procura, democraticamente, derrotar as elites colombianas levando o povo ao poder.

Para garantir a eleição sem precisar ir para o segundo turno, o esquerdista tenta obter conseguir apoio de outros partidos e correntes políticas nos últimos dias de campanha.

Na segunda-feira, (23), ele ganhou o apoio de Luis Ernesto Gómez, ex-secretário de governo da prefeitura de Bogotá, que renunciou no final de semana após declarar que “a Colômbia está, mais uma vez, em uma encruzilhada” e que a “coerência” o obrigou a renunciar à disputa. “Há quatro anos, no segundo turno presidencial, acompanhei Gustavo Petro com a convicção de que não podemos rasgar a paz em pedaços”, declarou Gómez em um anúncio onde aparece junto com Gustavo Petro.

Se for confirmada sua eleição, será a primeira vez que a esquerda assumirá o poder na Colômbia. A conquista mais recente do socialismo na América Latina foi no Chile com a eleição do presidente Gabriel Boric.

Os candidatos Luis Pérez (Colômbia Pensa) e Ingrid Betancourt (Partido Verde Oxigênio) também abandonaram a corrida eleitoral quando restavam 15 dias para a realização das eleições. O presidente da Colômbia, Iván Duque deixará o cargo com 67% de reprovação.

 

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