A pesquisa de setembro feita pela Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), sobre o mercado de salões de beleza e profissionais da beleza, mostram que o setor segue em recuperação, mas ainda vendendo 40% a menos em comparação a 2019.
Ainda segundo a Pesquisa mensal de Serviços, do IBGE, em agosto, o setor cresceu 0,5% em comparação a julho. “Nosso setor caminha com os eventos, com os escritórios cheios. Todo nosso atendimento está voltado para a aparência, e as pessoas precisam voltar a aparecer”, lembra José Augusto Nascimento, presidente da Associação Brasileira dos Salões de Beleza.
Ainda assim, recuperar os patamares de antes da pandemia requer tempo. “Hoje, o setor tem receita equivalente a 60% do que faturou, em 2019. A esperança é que até março a gente volte a ter o mercado de antes da Covid”, espera José Augusto.
Portanto, muitos empreendedores têm apostado alto na vaidade do brasileiro como uma boa estratégia para fidelizar clientes. Hugo Leonardo Cardoso de Oliveira, dono do salão Espaço Hugo Leonardo Estética e Beleza conta que desde o período mais desafiador causado pelas restrições de funcionamento, conseguiu se manter graças à criação de promoções, a ampliação de oferta de serviços e também pela constitucionalização da Lei do Salão Parceiro, decidida pelo STF, que trouxe tranquilidade para o setor da beleza e bem-estar permitindo que possa navegar com segurança jurídica nas suas atividades.
“Além dos meus clientes fiéis, desenvolvi o atendimento personalizado, incluí novos serviços, um deles, para amenizar os sintomas pós-covid, um desconto de 15% no diagnóstico capilar com dermatoscópio. Através dele, oferecemos um diagnóstico do couro cabeludo para identificar o problema e tratar da melhor forma. Os resultados são bastante satisfatórios e trazem uma grande melhora na autoestima”, diz o empresário, que credita o sucesso na retomada principalmente a sua equipe e acaba de contratar mais três cabeleireiros e três manicures no regime do MEI.
Sanção da Lei do salão parceiro traz cenário positivo para o setor
Para o presidente da ABSB – Associação Brasileira de Salões de Beleza, José Augusto dos Santos, a lei da parceria tornou possível a criação de um contrato de parceria legal e reconhecido entre salão e profissional, garantindo formalização, arrecadação de tributos justos e auxílio previdenciário, garantindo a segurança jurídica para os dois lados, contribuindo para a recuperação do setor.
Segundo dados da própria associação, após a lei ser sancionada, o setor da beleza formalizou mais de um milhão de profissionais da beleza com o regime tributário e previdenciário do MEI. “Grande parte dos profissionais do ramo da beleza atuavam de maneira totalmente informal devido aos usos e costumes da categoria, às altas comissões pagas aos profissionais tornava impossível formalizar em regime CLT em função dos reflexos de encargos trabalhistas. Esse modelo impulsionava as partes para o pagamento e recebimento de sua cota parte de modo informal”, destaca.
O presidente da entidade explica, ainda, que “com a inovação e a introdução da Lei da Parceria para o Setor da Beleza, esses rendimentos puderam ser legalizados com o recolhimento de tributos e previdenciários, trazendo benefícios como aposentadoria, auxílio-maternidade, auxílio-doença, legalização dos recursos para aberturas de contas bancárias, obtenção de créditos, entre outros, trazendo estabilidade jurídica a uma relação de trabalho que há décadas era totalmente informal e a margem da Lei, que é inovadora, moderna e regulamenta as relações de trabalho nos dias de hoje, contribuindo para o fim da informalidade, permitindo benefícios fundamentais para o profissional”, explica.
Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de empreendedores individuais formalizados já soma 1,5 milhão no país. Desse total, os cabeleireiros ocupam o 2º lugar na lista das principais ocupações, com 7,6% do total de registros – percentual inferior apenas ao de empreendedores ligados ao comércio de vestuário e acessórios (10,5%). Somados todos os cabeleireiros que aderiram ao programa e os profissionais de atividades de estética e beleza, o número passa de 146 mil empreendedores, correspondendo a quase 10% de todos os registros.