Para propor mudanças para uma sociedade machista como a nossa, torna-se necessário o interesse não só do poder público, mas dos cientistas também. É por isso, que a psicóloga Daisy Ortiz, o psicólogo Fernando Ben e a estudante de psicologia da PUCRS Carolina Saraiva, estão publicando em outubro um artigo científico sobre o tema.
Daisy Ortiz, tem especialização em Psicoterapia Sistêmico Cognitivo de casal e família. E outras especializações como: Psicoterapia da Sexualidade, diversidade e gênero e psicoterapia de integração e reprocessamento de traumas. Sendo inclusive, membro da associação brasileira de brainspotting, da associação brasileira de EMDR e membro da asociación iberoamericana de psicotrauma.
Carolina Saraiva é estudante do quarto semestre de psicologia pela PUC de Porto Alegre. Considerada por seus colegas uma parte importante do time de co-autores, por suas leituras, organização e envolvimento em outras pesquisas na universidade.
Fernando Ben é psicólogo, faz especialização em saúde pública e é pesquisador pelo instituto brasileiro de desenvolvimento e aprimoramento humano. Bem como, fundou uma instituição filosófica de cunho ecumênico e social que auxilia inclusive, mulheres que sofrem e sofrerem com o estupro marital.
Mas, o que é estupro marital? Para Damásio de Jesus (2000, p.96):
“Entendemos que o marido pode ser sujeito ativo do crime de estupro contra a própria esposa. Embora com o casamento surja o direito de manter relacionamento sexual, tal direito não autoriza o marido a forçar a mulher ao ato sexual, empregando contra ela a violência física ou moral que caracteriza o estupro. Não fica a mulher, com o casamento, sujeita aos caprichos do marido em matéria sexual, obrigada a manter relações sexuais quando e onde este quiser. Não perde o direito de dispor de seu corpo, ou seja, o direito de se negar ao ato sexual […]. Assim, sempre que a mulher não consentir na conjunção carnal e o marido a obrigar ao ato, com violência ou grave ameaça, em princípio caracterizar-se-á o crime de estupro, desde que ela tenha justa causa para a negativa”.
O artigo segundo os autores, propõe um primeiro diálogo sobre o tema. Seja de forma teórica, como exibindo o resultado de uma pesquisa realizada com centenas de mulheres no Brasil. Os mesmos pretendem usar o artigo como ponto de partida para pesquisas mais específicas e elaboradas.
A publicação do artigo será feita como capítulo do livro “Mosaicos acadêmicos”. Uma organização dos autores Thiago Cedrez e Fernando Ben. Além deste artigo, os organizadores permitirão a publicação de mais 25 artigos científicos. Promovendo a difusão do saber científico.
O interesse da ciência pelo tema de pesquisa promove amplo debate para a segurança pública, saúde pública e objetivamente a qualidade de vida da mulher brasileira.