Uma ação organizada pela fotógrafa Dianne Hofner Saphiere ajudou pai e filho a conseguirem um lar em Mazatlán, no México. Graças à iniciativa, Rodolfo Tovar Castillo e Juan Manuel têm uma casa mobiliada para morar.
Por causa da diabetes, Juan Manuel perdeu a visão e uma das pernas e a nova casa foi construída de forma adaptada para suprir suas necessidades. “Recrutei meu marido, um compadre, uma amiga e mais outra pessoa para ajudar na campanha de arrecadação de fundos e construção da casa para Rodolfo e Juan Manuel”, conta a fotógrafa Dianne Hofner.
Segundo ela, além do México, pessoas de qualquer lugar do mundo podem ajudar na compra de medicamentos para os dois através de doações via PayPal de qualquer valor. Dianne Hofner conta que vários artistas dos Estados Unidos, Canadá, Colômbia e México ajudaram no projeto social em prol dos mexicanos.
“O jovem Juan Manuel é um artista, ou era até perder a visão: um artista gráfico. A geladeira foi doada por um pintor, a caixa d’água por quem pinta azulejos. Vários fundos doados. Dois artistas do tecido contribuíram com seus designs: um fez duas mantas (mantas feitas à mão) e as outras duas mantas. O amor por estas obras de arte têxtil ilumina a casa e a enche de amor”, explica a fotógrafa.
Fotografia e solidariedade
O trabalho como fotógrafa fez Dianne Hofner Saphiere conhecer todos os dilemas sociais que o México enfrenta. Esse cenário a levou a se envolver em diversos projetos sociais como a comunidade VidaMaz, que construiu uma casa para Rodolfo e seu filho.
O VidaMaz.com é um portal para a comunidade estrangeira com sede em Mazatlán que ensina sobre a cultura local, para ajudar os residentes a se envolverem mais com a comunidade. “Também atendemos Mazatlecos que vivem no exterior. Apoiamos as pequenas localidades da cidade, promovendo o turismo e a gastronomia local. Pelo menos duas vezes por ano a gente faz um trabalho, um projeto social. Também apoiamos a comunidade LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros) e fazemos projetos para apoiar a diversidade na cidade de Mazatlán”, explica Dianne Hofner.
A artista da fotografia conta que desde sua primeira exposição profissional, inclui fotos de pessoas marginalizadas pela sociedade e as convida para a inauguração, para contar suas histórias e obter informações sobre os problemas.
“A justiça social tem sido minha paixão desde os 14 anos. Quando eles fizeram minha exposição fotográfica de El Konti, que retrata o esforço da comunidade Mochicahui, uma cidade Mayo Yoreme, para resgatar suas tradições e evitar que os jovens caiam no tráfico de drogas, para a Europa, doei todo o dinheiro arrecadado pela vendas em Paris e Viena para a comunidade Yoreme em Mochicahui. Ajudar e apoiar faz parte de quem eu sou, e acredito que minha fotografia faz parte de quem eu sou”, destaca a fotógrafa.
Apoio da comunidade
A casa, que foi entregue mobiliada para Juan Manuel, também teve o apoio de diversos membros da sociedade de Mazatlán no México. “Hoje entregamos as chaves da Casa das Boas Vibrações, como a chamo agora, graças ao amor e generosidade de mais de 80 pessoas, casais e famílias que construíram e mobiliaram a pequena Casa para Juan Manuel” azul!”, disse Dianne Hofner.
Ao todo, 18 pessoas participaram da cerimônia de entrega da casa que abrigará pai e filho. Durante a entrega da chave da casa, eles se emocionaram várias vezes e ficaram sem palavras.
O sucesso do primeiro projeto social motivou Dianne Hofner e seus apoiadores a levar o projeto adiante para construir casas para pessoas na mesma situação de Rodolfo e Juan Manuel.
“Como já temos planos de construir uma casinha que funcione bem, de baixo custo, e como já temos o equipamento e a experiência para construir uma casa, pretendo construir outras. Aos poucos, uma ou duas por ano. É uma grande bênção poder ajudar; faz minha alma voar. O problema é que existe essa necessidade, e escolher ajudar alguém, infelizmente, parece que você está negando ajuda a outra pessoa. Eu também vou continuar com meus outros projetos. VidaMaz.com é totalmente voluntário”, explica Dianne Hofner.
Pandemia no México
A fotógrafa destaca que a exemplo do Brasil, o México também sofreu muito durante a pandemia e a dor da perda de muitos profissionais da comunidade médica por falta de itens de proteção pessoal.
“Trabalhei 30 horas por semana durante 5 meses para arrecadar fundos para comprar esses itens, e também para verificar se os itens eram bons, porque havia muito abuso e corrupção. Isso também, tudo voluntário, por amor à minha comunidade. As vacinas estão chegando, mas lentamente. Agora é Páscoa em Mazatlán. Os hotéis estão quase lotados, muitos turistas vão sem máscara. Em todo o mundo é uma batalha entre dinheiro, economia e saúde, infelizmente. As pessoas estão cansadas de ficar em casa e querem viver plenamente”, finaliza a fotógrafa Dianne Hofner.